Tira teus dedos tépidos da minha garganta vazia.
Deixa o ar entrar fresco nos meus pulmões suados.
Coloca minhas mãos em frêmito sobre teu colo fértil.
Desliza melífluo de meus olhos e abre-os.
Abre a porta há tanto fechada.
De sobressalto encontre as gavetas reviradas e num suspiro pergunte dissimulado quem o fez.
Quem são todos estes pendurados em tua parede.
A quem pertencem esses olhos empoeirados.
Roupas que não te cabem mais neste corpo.
Um copo que outrora cheio em estigma de bocas vazias que encontra de súbito a palma desajeitada.
Estilhaços.
Corpos esvaziados de suas vestes.
Vê-te desenxabido de tecidos amarrotados em seus cabides.
Lava teu rosto
Encara teu espelho e espreme de ti o que te comprime.
Livra-te dos germes
Lavra este coração alqueivado.
Vai
Vi
Ver
Me
Leve
como em livro.
Não precisa mais andar curvado.
LIVE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário