É daquelas que permanecem tentando até que não haja mais forças. Mas nunca foi muito forte. Cansa-se fácil e sem se apoiar procura logo um lugar pra se sentar. Lágrimas alhures nunca a fizeram chorar. Mas aqueles que engolem o choro e petrifica-o junto com algo que enrijece concomitantemente, a fazem debulhar. Peço licença, esbarro, esquivo-me e sem esquecer de quem está do meu lado vou correndo atrás de mim. Num tropeço trôpego e escorregado enrubesce não o rosto, mas o corpo todo e deixa-o túmido caminhando desajeitado.
Em casa, seus olhos desejosos e ávidos em possuir, em sorver. Barba por fazer e beijo ainda por dar. Meus lábios à pedir labor e o sabor de saber os seus tangentes aos meus.
A uma distância incoercível de produzir-me ânsia, de tocar e sentir na minha pele sua barba roçar no meu corpo frêmito de fabricar desejo e ilusão de dois corpos que estão à dois passos de enlevar-se em prazer.
A umidade baça no vidro desfeita por meus dedos, enquanto os seus seguram o meu cabelo.
E meus olhos à fitar você crispado de prazer derramando seus suor sob meu torso curvado. Foi quando vi minha inocência bruta escorrer sob minhas pernas e manchar aquele tapete desbotado desde que o compraram no brechó, o mesmo onde aquela que me pariu, ao seu lado parou e meu primeiro sutiã comprou.
Mas ela ainda é uma menina. E não devia ter sede no meio da noite. E a porta entreaberta com a pálida luz do abajur mergulhado na escuridão de duas silhuetas estertorando sôfregas à me ninar a madrugada toda e por um bom tempo, durante longos dias não devia existir e persistir em meu ventre, carregado e oco, na insistência que me causa a sua ausência sem calças em meus olhos de pés descalços. Em poder de teu tato sob o teto de minha casa bem embaixo de sua asa.
Deixe a menina em paz. Foi tudo que soube e coube à tua boca dizer diante do silêncio surdo de minhas mudanças que estavam apenas prestes a acontecer.
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