Cheiro de inocência, exalando imódico um fragmento de vida. Recém-nascida. Cheiro que evanesce com o passar dos anos, anexo à candura exaurida por entre os poros. De uma vida ainda não vivida.
Renitente, a essência insiste. Persiste em viver, em amar e sofrer.
E os anos passam duros e cruéis. Deixando seu estigma sob a pele. É a morte iminente admoestando inaudível e sem engano. Está por vir.
A inocência se foi. Resta agora o cheiro que a maturidade deixou sob uma pele decrépita, suada. Que esconde e protege uma alma inextinguível, que alheada à isso vive. Vive. Exibindo com garbo sua coragem. Até o último suspiro, voltando com um frêmito, jubiloso e pungente, ao pó. Colocado mais uma vez na enorme ampulheta da vida. Que é o mundo. Bendito fruto de vosso ventre.
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