sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mãos ao alto







Em pranto o preto
Diante do prato de prata
Vazio
Desde antes
Do embrolho pretérito.
Com o estômago embrulhado
De azia
Fazia-se de embromado.
Sentiu-se humilhado, por em ruínas ter rogado
Tão pouco, portanto,
Ao homem cujo portento
Sob um pretexto infante
Tratou-o com desdém, desd'antes.
E este com tanta revolta, diz "obrigado"
Mas num instante volta e vê-se obrigado
À feri-lo no meio da testa,
Enquanto em volta
Todos se abaixam com o barulho daquilo.
Um tiro.

quarta-feira, 2 de maio de 2012







No travesseiro escondo
Em meio aos meus escombros.
Reviro as gavetas e encontro.
Sonhos, medos.
Travessos.
Tropeço no ar.
E peço, tonitruante e humilde.
Que pelos póros penetre, preencha o vazio, as lacunas deixadas.
E eu possa ser. De novo.
Desprendido de mim.
De mim aprendido.
Continuo contigo contíguo.
Confio e sigo, sem tê-lo comigo, e logo, consigo.
Sob o universo, imerso. Estou.
Reflexo baço inverso. Avesso.
Transverso na espiral de meus pensamentos disformes
Ter poder de pedir, perdido, à podre pedra perecer.
E vais ser.
Esvaecer.